quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Estatística: Acidentes de trabalho crescem 68% no Ceará


Entre 2006 e 2008, houve um crescimento de 68% nos acidentes de trabalho no Estado do Ceará, segundo dados do Ministério da Previdência Social.
Em 2006, no Estado, foram registrados 5.965 acidentes dessa natureza. Em 2008, o número de ocorrências saltou para 10.025. A tendência de crescimento já havia sido verificada em 2007, quando foram registrados 8.333 acidentes, 39,6% a mais que no ano anterior.

O percentual de crescimento no número de acidentes de trabalho no Ceará entre 2006 e 2008 foi superior ao registrado em todo o País no mesmo período: 45,9%. Em 2006, ocorreram, no Brasil, 512.232 acidentes de trabalho, número que chegou a 659.523, em 2007, e a 747.663, em 2008.

Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho dos Ministérios da Previdência Social e do Trabalho e Emprego, o Ceará registrou, em 2008, um total de 53 óbitos decorrentes de acidentes de trabalho, número superior aos verificados em 2007 (40) e 2006 (47). De todos óbitos registrados no Estado, 18 foram verificados em Fortaleza.

Cultura de prevenção
Para o procurador do Trabalho Carlos Leonardo Holanda Silva, titular no Ministério Público do Trabalho (MPT) no Ceará e da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho (Codemat), a principal causa dos acidentes se deve à falta da cultura de prevenção. "O empresário não pode apenas fornecer o equipamento ao funcionário. É importante que exista treinamento e muita conversa".

Ele explica que, para se prevenir desses eventos, é importante que as empresas cumpram as diferentes normas regulamentares de Saúde e Segurança no Trabalho baixadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). "O grande problema é que as empresas fingem que seguem a legislação. Mas, aos poucos, o MPT vem tomando medidas contra essas ações".

Silva ressalta que os acidentes de trabalho e as doenças relacionadas provocam impactos econômicos e na saúde pública., pois os milhares que são afastados anualmente de suas atividades provocam gastos bilionários no pagamento de benefícios previdenciários no País. O procurador acredita que o aumento no número de acidentes se deve às mudanças feitas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que registra doenças ocupacionais como acidentes de trabalho. 


 Fonte: Diário do Nordeste  27/07/2010 

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